terça-feira, 23 de novembro de 2010

ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DAS ORGANIZAÇÕES - Faro 20/11/210

ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DAS ORGANIZAÇÕES.
FARO. 20 DE NOVEMBRO DE 2010 
A Associação Amigos da Grande Idade em parceria com o Instituto Leopoldo Guimarães, realizou em Faro um encontro sobre “Envelhecimento e Qualidade das organizações” que reuniu no auditório da Biblioteca da Câmara Municipal de Faro, cerca de uma centena de pessoas.
A qualidade dos oradores bem como a pertinência dos temas abordados faziam crer que teríamos mais participantes, não podendo deixar de lamentar a dificuldade que encontrámos na divulgação do evento. Mesmo assim o número de participantes fez com que possamos acreditar que este tipo de iniciativas tem importância fundamental para alertar consciências e ganhar novos defensores de uma mudança da área dos cuidados e serviços a pessoas idosas.
O evento foi iniciado com a intervenção do Presidente da Associação Amigos da Grande Idade, Rui Fontes e com intervenções do Professor Doutor Leopoldo Guimarães, Presidente do Instituto com o mesmo nome e do Presidente da Câmara de Faro, Engenheiro Macário Correia. Enquanto o primeiro saudou os presentes, o segundo falou sobre algumas questões do envelhecimento, especialmente ligadas á funcionalidade e o Engenheiro Macário Correia brindou os presentes com um discurso de grande apoio e motivação a todos aqueles que desenvolvem actividade na área da Grande Idade.
Seguiu-se a palestra do Professor Doutor Trovão do Rosário sobre envelhecimento e funcionalidade que surpreendeu todos os participantes pela facilidade de discurso e por uma linguagem simples e pragmática, desconstruindo muitos conceitos que insistem em manter-se nos cuidados e serviços a pessoas idosas.
A manhã terminou com uma mesa que debateu a qualidade e os sistemas de certificação, desmistificando também alguns fantasmas, da responsabilidade do Presidente da Empresa Internacional de Creditação, E.I.C., Engenheiro Manuel Vidigal e do auditor/consultor Dr. José de Sousa, colaborador da Associação Amigos da Grande Idade.
Aproveitando o intervalo para almoço foi realizado um workshop sobre Tele-Assistência, realizado pela empresa T. CARE que, para além de esclarecer algumas questões relacionadas com a operacionalidade desta resposta, fez a demonstração de alguns equipamentos.
Na parte da tarde, discutiu-se a alteração demográfica em curso nas sociedades em consequência do envelhecimento das populações que mereceu do Vice-Presidente da Associação, César Fonseca, uma exposição muito pormenorizada e objectiva. Seguiu-se o Presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, Dr. Rui Lourenço que fez uma análise profunda da oferta de serviços de saúde na região através da rede de cuidados continuados, informando a plateia deste serviço ter sido premiado recentemente pela sua qualidade e eficácia.
O evento terminou com uma apresentação feita pelo Presidente da Associação Amigos da Grande Idade, Rui Fontes, sobre a liderança e enquadramento das Instituições destinadas a pessoas idosas, mudando a atitude e comportamento dos actuais colaboradores destas instituições e alterando a organização das mesmas, dotando a rede constituída no terreno de liderança com autoridade reconhecida.


 Presidente da AAGI, Rui Fontes, Presidente da Câmara Municipal de Faro, Macário Correia e Presidente do ILG, Leopoldo Guimarães

                                                 Professor Doutor Trovão do Rosário


                                              Engenheiro Manuel Vidigal e Dr. José Sousa

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Investimentos em Lares de Idosos.Que soluções a propor?

Coloca-se hoje uma questão essencial para o empreendedor na área dos negócios relacionados com o envelhecimento.
Como afirmou em 2002 Kofi Anan: “A expansão do envelhecer não é um problema. É sim uma das maiores conquistas da humanidade. O que é necessário é traçarem-se políticas ajustadas para envelhecer são, autónomo, activo e plenamente integrado. Se não se fizerem reformas radicais, teremos em mãos uma bomba relógio a explodir em qualquer altura”, o envelhecimento não é pois um drama mas uma oportunidade. Essa oportunidade é também económica.
O mundo desenvolvido vai ter nos próximos anos de encontrar respostas adequadas para as suas populações cada vez mais envelhecidas e se há alguns anos atrás os velhos constituam um pequeno grupo de cidadãos marginalizados por não terem qualquer influencia na sociedade, hoje começamos a ser influenciados por este grupo, cada vez maior, cada vez mais esclarecido e reivindicativo em consequência do seu aumento de capacidade económica.
O fenómeno Baby Boomer, começa a reflectir-se nas nossas vidas e necessariamente os grandes empreendedores têm que se adaptar.
A adaptação mais mediática que se conhece tem a ver com o sector automóvel que começa a valorizar a comodidade e segurança em detrimento da performance e da potência. Vejam-se os automóveis com sistemas automáticos de acender luzes, limpa-vidros, prevenção do choque à distância e estacionamento automatizado. Poderemos pensar que são alterações para as novas gerações? Ou será uma resposta à necessidade de termos carros para serem conduzidos por pessoas de 80 e 90 anos?
Estamos pois um pouco confundidos no sector das ofertas de cuidados de saúde e serviços sociais às pessoas idosas.
Por um lado todos sabemos que as pessoas idosas só recorrem a lares como ultima solução e, na maioria dos casos sem ser da sua vontade mas por vontade dos seus significativos, sejam filhos, netos ou outros. Sabemos que por esta razão os lares tornaram-se asilos, contentores de pessoas dependentes e incapazes, zonas terminais de vida, fins de linha.
Ao mesmo tempo que a legislação, os manuais, a teoria e os conceitos evoluíram não houve consequência neste modelo e mesmo sabendo todos que este modelo é prejudicial às pessoas idosas continuamos com receios de investir em novos modelos, ainda que a evidência quase cientifica nos indique que o actual modelo não é favorável para os idosos nem para os investidores. Os ganhos económicos com este modelo estão fechados, são os que se conhecem e dificilmente aumentarão não só porque não se altera o cliente como também porque esse modelo não permite criação de novas fontes de receita e extensão do core business.
Sobre o modelo actual realça-se inclusivamente a oficialização por parte da segurança social do seu final. Isto pode verificar-se se atendermos a que a definição de lar no já falecido despacho normativo 12/98 era: “Estabelecimento em que sejam desenvolvidas actividades de apoio social a pessoas idosas através de alojamento colectivo, de utilização temporária ou permanente, fornecimento de alimentação, cuidados de saúde, higiene e conforto, fomentando o convívio e propiciando a animação social e a ocupação dos tempos livres dos utentes.”, passando nos manuais de qualidade da segurança social, editados a pouco mais de dois anos, a ser: A Estrutura Residencial constitui-se como uma Resposta Social, desenvolvida em equipamento, destinada a alojamento colectivo, num contexto de “residência assistida”, para pessoas com idade correspondente à idade estabelecida para a reforma, ou outras em situação de maior risco de perda de independência e/ou de autonomia que, por opção própria, ou por inexistência de retaguarda social, sem dependências causadas por estado agravado de saúde do qual decorra a necessidade de cuidados médicos e paramédicos continuados ou intensivos, pretendem integração em estrutura residencial, podendo aceder a serviços de apoio biopsicossocial, orientados para a promoção da qualidade de vida e para a condução de um envelhecimento sadio, autónomo, activo e plenamente integrado.
Esta é a mudança de termos um modelo para dependentes e um modelo para independentes.
Houve quem empreendesse em novos modelos mais destinados a pessoas idosas independentes com objectivo de desenvolverem novos conceitos de vida e de aproveitarem os seus mais elevados anos para prosseguirem uma vida saudável, equilibrada e activa. Cedo se tornou evidente que este modelo alguns anos depois tem no seu interior metade da população dependente e incapaz gorando as expectativas dos que o escolheram para os objectivos acima referidos: vida activa e saudável. Os velhos afinal também envelhecem nas Instituições e também ficam dependentes! E quando isso acontece somos obrigados a mantê-los no mesmo espaço por não existir outra resposta.
Mesmo não admitindo para estas unidades pessoas dependentes, elas vão ficando com pessoas nessa situação por esse percurso impossível de interromper que é o envelhecimento. Isso faz com que novos clientes não surjam porque encontram um local um pouco melhor do que o modelo clássico mas com muita gente sentada todo o dia em sofás a aguardar simplesmente a passagem do tempo, com necessidades básicas para se alimentarem, vestirem, eliminarem e comunicarem.
Este modelo é mais tolerável do que o primeiro mas não responde ao novo cliente.
Há pois uma certeza: é necessário criar-se um novo modelo para pessoas independentes que não se torne com o passar do tempo, um local de dependentes. Para isto propõe-se a criação junto do Lar de independentes de uma unidade que assegure a continuidade dos cuidados e serviços quando as pessoas ficam dependentes podendo as mesmas terminar ai os seus dias ou, após recuperação, voltar à sua unidade. No fundo é estar em casa e ser internado no Hospital, podendo ser visitado sem restrições, usufruindo de cuidados de saúde especializados e podendo regressar ao seu “domicilio” ou ai terminar os seus dias com dignidade e qualidade.
Mas a isto contrapõe-se a ideia de que as pessoas não vão para lares antes de estarem com alguma dependência. Ora esta questão é aquela da cobra que começa a comer o rabo. Como termina a história?
As pessoas de facto não vão para lares sem que se sintam dependentes ou forçadas a isso. Mas estamos a falar dos lares que existem e não podemos extrapolar para uma situação em que os lares não sejam assim. No fundo os lares não são diferentes porque as pessoas só vão para os lares quando estão dependentes mas não existe oferta para saber se os independentes não iriam se tivessem respostas onde este problema da dependência fosse resolvido e não obrigasse a um convívio deprimente e até violento.
Na minha modesta opinião só poderemos ter algumas certezas se existirem ofertas. Ou seja não poderemos dizer que as pessoas não vão para os lares se as ofertas se limitarem ao rabo da pescada (IPSS e misericórdias) e à cabeça da pescada (Residências assistidas) e não existir um modelo intermédio para o maior segmento de mercado de todos os negócios – classe média e média alta.
É um risco? De facto é um risco. Mas risco será investir-se em modelos que as transformações da sociedade e as próprias necessidades das pessoas idosas começam a colocar em causa: os actuais modelos.
Existe aqui um factor de que raramente se fala: se o modelo de residências assistidas tivesse um custo para o cliente entre os 1400 e os 1800 euros, estariam vazias? O factor essencial da falta de procura deste modelo prende-se exclusivamente com a capacidade económica ou não será assim?
Há pois que trabalhar em modelos para as pessoas independentes que desejem ter acompanhamento e segurança nos anos mais elevados da sua vida. È certo que o melhor é viver em casa mas a diferença entre viver em casa e viver num novo modelo destes é a possibilidade de perante um acontecimento crítico (AVC, queda, etc.) poder viver após isso cinco, dez ou mais anos independente (porque houve uma intervenção atempada e integrada) ou viver esse anos incapacitado até falecer. Se as pessoas idosas de gerações anteriores não compreendiam com facilidade isto, sou capaz de afirmar que qualquer pessoa que nos rodeia, especialmente nas zonas urbanas, compreende com facilidade esta mensagem.
O Lar tem que se tornar a resposta para todos, os que com mais de 65 anos queiram terminar a sua vida, nem que seja aos cem anos, com capacidade, com acompanhamento, com resposta imediata aos acontecimentos críticos que são mais previsíveis do que eram até essa idade. Nesta perspectiva o segmento alarga-se porque essas pessoas sabem que entram numa instituição onde não vão partilhar espaços com incapazes, dependentes e doentes. Sabem que quando isso lhes acontecer continuam a usufruir da qualidade dos serviços e dos cuidados num espaço diferente mas contíguo no qual já conhecem os profissionais que cuidam deles e do qual sabem que podem regressar e continuar os seu projectos de vida, também entendendo que é ai que podem terminar os seus dias.
O segmento alarga-se a todas as pessoas idosas que vivem na ansiedade do isolamento, porque não tem filhos ou netos ou porque os mesmos não estão próximos ou ainda porque não tem condições para tratar deles. A todas as pessoas que por viuvez queiram iniciar um projecto de vida diferente, apoiado e profissionalmente controlado. A todas as pessoas que desejam manter o seu orgulho de não darem trabalho a ninguém.
Para estas pessoas temos que criar este modelo que não pode afastá-las das zonas geográficas onde sempre viveram, que terá de garantir a total liberdade e respeito pelos seus interesses e que ao mesmo tempo salvaguarda qualquer situação imprevista de doença com resposta imediata, firme e de grande qualidade, sempre na perspectiva da recuperação, contrariando a atitude hospitalar e dos profissionais de saúde que entende não dever investir numa pessoa com 80 ou mais anos.
Obviamente que estas unidades tem que ser dotadas de novos profissionais, novos projectos de ocupação, lazer, comunicação, segurança, etc.
Pretende-se um modelo novo em todas as suas perspectivas que possa ser sustentado por custos do cliente que não ultrapassem os 1800 euros.
O primeiro passo para este modelo é a criação da Consulta de aconselhamento para um envelhecimento seguro e tranquilo a qual será oferecida gratuitamente a todos os maiores de 65 anos e na qual poderá ser planeado o envelhecimento da pessoa.
Por último deve dizer-se que não percebem os receios do risco para os investidores já que qualquer que seja o modelo pode perfeitamente alterar em função do insucesso da operação, ou seja, um modelo para pessoas independentes com continuidade de cuidados quando da dependência pode, em qualquer altura, tornar-se uma unidade de pessoas dependentes. No fundo esta questão é mais da operação do negócio do que propriamente do investimento.

Seminário " Direitos e Decisões das Pessoas Idosas" AAGI-ID

Realizou-se no passado Sábado o Seminário “Direitos e Decisões das pessoas Idosas”, iniciativa da Associação Amigos da Grande Idade em parceria com o Instituto Leopoldo Guimarães. Este Seminário, aberto ao público, foi também uma das acções de formação que constituem os módulos da 1ª Pós Graduação em Gestão de Equipamentos destinados às Pessoas Idosas que continua a decorrer com a coordenação da AAGI – ID, organização logística do ILG e creditada pela universidade Fernando Pessoa.
O Seminário teve a participação de mais de uma centena de pessoas das mais variadas áreas, destacando-se contudo a área de saúde e a área social. A participação ultrapassou todas as expectativas e veio demonstrar que a pertinência dos dois temas tratados é do interesse dos profissionais e das pessoas em geral: Direito das Pessoas Idosas e também os assuntos relacionados com a funcionalidade como determinante de importantes decisões das Pessoas idosas.
Após uma breve declaração de abertura do Professor Doutor Leopoldo Guimarães este evento iniciou-se com uma mesa constituída pelo Presidente da associação, Rui Fontes e a Dr.ª Lúcia Lemos, advogada e que apresenta grande e variado conhecimento do ponto de vista jurídico sobre problemas essenciais que afectam a vida das Pessoas Idosas, dos profissionais das Instituições e dos familiares. A parte da manhã foi preenchida com interessante debate sobre questões concretas colocadas pelos presentes, aproveitando a presença da Dr.ª Lúcia Lemos.
Destaca-se que a apresentação feita por Rui Fontes foi enriquecida com a leitura de um relato feito por uma idosa cujos filhos colocaram num lar contra a sua vontade. A leitura foi feita por duas residentes do Lar de idosos do SBSI/SAMS, D. Conceição Taurino e D. Suzete Bogalho. Este momento foi muito aplaudido pelos presentes
Depois do almoço, a tarde foi preenchida com as apresentações feitas pelo Vice-Presidente da Associação, César Fonseca e do Professor Doutor Trovão do Rosário sobre a funcionalidade humana e a sua influência na tomada de decisão das pessoas idosas. Seguiu-se igualmente um debate interessante e vivo entre os oradores e os presentes.
A Associação Amigos da Grande Idade destaca a afluência das pessoas a um evento realizado a um Sábado, provando o interesse que este tipo de iniciativas ainda que modestas tem para todos os que desempenham funções na área dos cuidados e serviços a pessoas idosas.
Foi despertado também o interesse na constituição de grupo de cidadãos que possam trabalhar nos Direitos das pessoas idosas, sendo isso um dos objectivos iniciais da Associação que não se desenvolveu por nítida falta de pessoas que se disponibilizem para trabalhar neste tema.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Cinco Medidas para um envelhecimento de futuro

5 Medidas para um envelhecimento de futuro e com futuro para Portugal


1. Conceito
Como é do domínio público a AAGI – ID, tem como objectivo discutir o modelo de prestação de cuidados e oferta de serviços às Pessoas da Grande Idade. Este é também um dos objectivos do Mundo Sénior que desenvolve actualmente uma parceria com a Associação. Entendemos que são necessárias novas dinâmicas e ofertas inovadoras que permitiram mais qualidade aos mais adultos, como forma de manterem durante mais anos a capacidade funcional na realização das actividades de vida e de manutenção. Neste sentido, ficam 5 Medidas para um envelhecimento de futuro e com futuro para Portugal, como mais um factor de pressão sobre a mudança das actuais políticas, embebidas em estereótipos amorfos e que não propiciam o desenvolvimento do envelhecimento sustentável no nosso País.
É nossa pretensão analisar o actual modelo de cuidados aos mais adultos e procurar respostas que possam ser sustentáveis no futuro e que passam no nosso entender por alterações profundas dos actuais modelos. É nesse sentido que a AAGI-ID, em parceria com Mundo Sénior, decide fomentar este documento, como uma forma de pressão legítima sobre o poder político e sobre os insight’s dos decisores políticos, mesmo que seja difícil a mudança das retóricas há muito instaladas.
O Envelhecimento Demográfico define-se pelo “aumento da proporção das pessoas idosas na população total” (INE, 2000), e fomos perceber como outras entidades da nossa aldeia global, têm pensado esta problemática. Deste modo, para Kofi Anam (2002) “a expansão do envelhecer não é um problema. É sim uma das maiores conquistas da humanidade. O que é necessário é traçarem-se políticas ajustadas para envelhecer são, autónomo, activo e plenamente integrado. Se não se fizerem reformas radicais, teremos em mãos uma bomba relógio a explodir em qualquer altura”.
Na Europa a 27 (EU27) Eurostat Yearbook (2008), e observa-se que: em 2008 as pessoas com mais de 65 anos representam mais de 17,1%; em 2060 as pessoas com mais de 65 anos representaram cerca de 30%; ss pessoas com mais de 80 anos, aumentaram, de 4,4% actualmente para 12,1% em 2060.
No que se refere à dependência do envelhecimento em relação à população activa na EU27 e segundo a mesma fonte (Yearbook, 2008) prevê-se que as pessoas com mais de 65 anos quando divididas pelas pessoas em idade propícia para o trabalho, aumente de 25,9% em 2008, para 54,8% em 2060.
Em Portugal, pode-se observar no Quadro 1, um aumento da população com mais de 65 anos e mais de 80 anos em relação à população activa.

Com este contexto, a AAGI-ID e Mundo Sénior realizaram 3 reuniões de trabalho, entre Maio/Julho de 2009, com 30 cidadãos identificados por outros tantos como influentes na área dos cuidados aos Idosos. Estas ocorreram em Lisboa, Faro e Porto, nas quais se aplicou a técnica de grupo nominal, de onde resultou a síntese das 5 Medidas para um envelhecimento de futuro e com futuro para Portugal.


1. Síntese das Medidas:

MEDIDA 1
Constituição de Grupo de Trabalho/Unidade de Missão nomeado pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Solidariedade Social para avaliar os graus de dependência e necessidades das pessoas idosas em Portugal. Justificação: Planear as necessidade em equipamentos sociais, apoio domiciliário e de cuidados de saúde, das pessoas idosas em Portugal a Médio e Longo Prazo.

MEDIDA 2
Criação da Rede Nacional de Cuidados e Serviços para as Pessoas Idosas. Justificação: Organizar a rede actual de prestação de cuidados e de serviços, como forma de reduzir o desperdício e optimizar os recursos existentes.

MEDIDA 3
Aprovação de legislação, com reformulação da actual, sobre o funcionamento de ofertas para as pessoas idosas, baseada em critérios de qualidade com base nos manuais editados pela Segurança Social e adaptada às reais necessidades do sector, promovendo mais e melhores ofertas através de incentivos claros e eficazes. Justificação: Diferenciar os equipamentos que cumprem a legislação em vigor com especial tónica na qualidade da assistência.

MEDIDA 4
Alteração do modelo de comparticipação de cuidados e serviços às pessoas idosas com atribuição directa às famílias e favorecendo a comparticipação a cuidados domiciliários em relação aos cuidados institucionalizados em lares. Justificação: Duplicar a médio Prazo (8 anos), os Idosos que são cuidados nos seus domicílios.

MEDIDA 5
Introdução de novos modelos de financiamento, devidamente legislados, que incluam hipotecas inversas, seguros de dependência/vitalícios, fundos financeiros, etc., em paralelo com legislação adequada sobre representação jurídica das pessoas idosas. Justificação: Conferir às pessoas idosas e um conjunto de instrumentos legais que as ajudem a decidir e gerir os patrimónios, como forma de lhes conceder maior dignidade e qualidade de vida.

BIBLIOGRAFIA
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14. Commission Regulation (EC) No 105/2007 of 1 February 2007 amending the annexes to Regulation (EC) No 1059/2003 of the European Parliament and of the Council on the establishment of a common classification of territorial units for statistics (NUTS) (Official Journal L 39, 10 February 2007).
15. Regulation (EC) No 1888/2005 of the European Parliament and of the Council of 26 October 2005 amending Regulation (EC) No 1059/2003 on the establishment of a common classification of territorial units for statistics (NUTS) by reason of the accession of the Czech Republic, Estonia, Cyprus, Latvia, Lithuania, Hungary, Malta, Poland, Slovenia and Slovakia to the European Union (Official Journal L 309, 25 November 2005).
16. Regulation (EC) No 176/2008 of the European Parliament and of the Council of 20 February 2008 amending Regulation (EC) No 1059/2003 on the establishment of a common classification of territorial units for statistics (NUTS) by reason of the accession of Bulgaria and Romania to the European Union (Official Journal L 061, 5 March 2008).
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terça-feira, 23 de junho de 2009

RELATÓRIO DA PRIMAVERA

RELATÓRIO DA PRIMAVERA DO OBSERVATÓRIO PORTUGUÊS DOS SISTEMAS DE SAUDE
CHOCANTE E PREOCUPANTE
No âmbito do trabalho que realizo na Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e desenvolvimento (www.associacaoamigosdagrandeidade.com), tive a oportunidade de ler o Relatório da Primavera 2009, publicado recentemente, que é um dos mais importantes documentos que anualmente nos permitem verificar como está o estado da saúde em Portugal. O meu trabalho foi analisar o capitulo que diz respeito ao Envelhecimento e faço hoje esta abordagem com o simples objectivo e a enorme esperança de poder despertar algumas consciências e tentar influenciar a participação de algumas pessoas e organismos que, através da sua visibilidade ou acção e do exercício das suas funções decidam contribuir para a enorme TRANSFORMAÇÃO que é necessária fazer na área do envelhecimento.
Já tinha por mais que uma vez comentado e referido que esta área, no que respeita a cuidados de saúde e apoio social, talvez fosse a que menos evoluiu ao longo dos últimos 35 anos em Portugal e que continua a contrariar a nossa corrida para nos aproximarmos dos países europeus. Ou muita gente corre ao contrário ou teremos mesmo que aprofundar as nossas preocupações porque a situação é verdadeiramente chocante.
Vejamos o que nos diz o Relatório da Primavera 2009:
Existem indicadores no Plano Nacional de Saúde relativos ao envelhecimento activo que são concretamente os seguintes:
Esperança de vida dos 65 aos 69 anos;
Auto-apreciação do estado de saúde;
Hábitos tabágicos;
Consumo de álcool;
Actividade física;
Excesso de peso;
Percentagem de indivíduos que referiu possuir incapacidade de longa duração de grau 1 (65-74 anos);
Percentagem de indivíduos que referiu possuir incapacidade de longa duração de grau 1 (75-84 anos).
Acontece que a avaliação dos resultados publicados no Relatório já mencionado é completamente negativa, ainda que isso não se assuma claramente, talvez para não ferir susceptibilidades. Para além da distância que separa os resultados existentes com as metas propostas para 2010, encontramos quase em todos uma situação verdadeiramente preocupante: pioraram em relação a nos anteriores.
Vamos verificar um a um:
Esperança de vida dos 65-69 anos
DE 2004 para 2007 aumentou 0,1 para Homens e Mulheres, o que quer dizer que este indicador traduz-se por ter aumentado pouco mais de 30 dias a esperança de vida dos Portugueses. Não seria mau, se o valor de partida fosse bom. Mas não é. O valor de partida está abaixo da média europeia e muito abaixo, nos homens na meta de 2010.
A meta a atingir em 2010 é de 20, estando em 2007 em 16,2 para Homens e 19,4 para Mulheres. Mas há um indicador perturbante: entre 2004/2006 e 2005/2007 a esperança de vida dos 65 aos 69 anos, nas diferentes regiões do País DIMINUIU, quer para Homens quer para Mulheres!
Auto-apreciação negativa do estado de saúde (65 a 74 anos)
A meta definida para 2010 é que os Homens e as Mulheres considerassem MAU ou MUITO MAU o seu estado de saúde numa percentagem de 18% e 26% respectivamente.
Os melhores valores da União Europeia a 15 em 2004 eram já de 5,1% para Homens e 3,1% para Mulheres.
Em Portugal em 2005/2006 a percentagem é de 30,4% (Homens e 44,3% (Mulheres). Incrível!
Ou seja, mais de 35% de todas as pessoas entre os 65 e os 74 anos aprecia o seu estado de saúde como MAU e MUITO MAU, enquanto que na Europa a 15, nos melhores valores temos 4% e a nossa meta em 2010 é de 22%.
Evolução do Consumo de tabaco (65-74 anos)
A meta traçada para 2010 é de 11% de fumadores Homens e 0,5% de fumadoras Mulheres.
Temos em 2005/2006, 12,1% nos Homens e 1,3% nas Mulheres. Mas a curiosidade é esta: de 1998/1999 para 2005/2006 a percentagem de fumadores diminuiu para o sexo masculino (16%) mas aumentou extraordinariamente no sexo feminino (44,4%)!
Consumo de álcool nos últimos 12 meses (65-74 anos)
Não existindo meta definida para 2010, temos como referência os melhores valores da Europa a 15 que nos indicam que 65,5% dos Homens e 31,3% das Mulheres beberam álcool nos últimos 12 meses. Em Portugal em 2005/2006 os valores são de 81,7% nos Homens e 43,7% nas Mulheres.
Pior de tudo: os valores aumentaram em relação a 1998/1999, que eram de 78,6% (Homens) e 38,7% (Mulheres)!
Actividade física (65-74 anos)
Não existem dados suficientes, havendo uma informação também nada benéfica: “a percentagem de Mulheres que afirmou não ter andado a pé mais de 10 minutos seguidos em nenhum dia da semana anterior à entrevista, aumenta com a idade”. Parece uma teoria de La Palisse quando falamos no nosso País, mas aí fica o dado.
Excesso de Peso (65-74 anos)
O numero de pessoas idosas com excesso de peso, relativamente ao período que vai de 1998/1999 a 2005/2006 AUMENTOU. Aumentou em 0,4% para Homens e 3,2% para Mulheres.
Sobre as incapacidades não existem dados. Curioso verificar que se define um indicador mas que não se implementam sistemas de avaliação…
Mas existem ainda mais situações preocupantes:
De 1999 para 2006 a prevalência de diabetes e hipertensão aumentou;
Os Indicadores sobre Saúde Mental, taxa de mortalidade por suicídio, consumo de medicamentos e recurso a consultas médicas, são todos muito graves.
E, finalmente, encontramos no Relatório uma surpresa que muito me agrada em particular: são feitas algumas considerações sobre o apoio social. Ainda que se continue com “pinças” a tratar desta área, este Relatório levanta questões que não podem nem devem ser esquecidas e que são obrigatoriamente de agendar para os próximos tempos.
Conclui-se rapidamente que o apoio social mais eficiente ou existente com esse objectivo são as pensões, os subsídios e as comparticipações que existem há algumas décadas mas que vão sendo actualizadas.
Depois e destacando o “esforço da Segurança Social” (não vá alguém reagir mal), ficamos informados que dos 25 Países da União Europeia, Portugal aparece em quarto lugar na percentagem de Idosos com mais de 65 anos que vivem na pobreza: 29% da população dessa idade tem um rendimento de 260,00 €/mês.
E ainda:
A taxa de cobertura de lares, centros de dia e serviços domiciliários para a população Idosa era, em 2007, de 11,5% (1 em cada nove idosos tem uma resposta social). Sou capaz de dizer que se tivermos em conta os Lares não fiscalizados sem alvará somos capazes de melhorar este indicador…
A qualidade das respostas é questionável e sobre isto escreve-se: “Os lares para idosos têm definido num manual, um conjunto de regras de implantação, localização, instalação e funcionamento. Todavia é interessante verificar não haver nenhuma referência de adequar o pessoal ao grau de dependência funcional dos utentes dos lares. Por outro lado faz-se referência à necessidade de um enfermeiro por cada 40 utentes, mas não é claro se esse enfermeiro deverá permanecer em horário completo ou apenas em regime de chamada. Nesse manual, nada é referido relativamente ao médico.”
O Relatório poderia ir mais longe nesta área. Poderia concluir que existe um despacho que determina as tais normas de implantação, localização, instalação e funcionamento dos lares que não é válido juridicamente, na medida em que existe em função de um decreto-lei já revogado e que não menciona esse despacho. Poderia pôr em causa o sistema de comparticipação que determina valores mais altos para a institucionalização de idosos em lares do que para mantê-los no seu domicílio, contrariando todas as instruções e recomendações da OMS. Poderia também observar que esta área cruza dois ministérios (Saude e Segurança Social), cujos serviços no terreno estão de costas voltadas, sendo causa de acontecimentos anormais como o lançamento de programas de um dos sectores completamente “DESCRUZADO” com outras situações do conhecimento do outro sector. Um exemplo? Aqui vai um deles: o lançamento do programa saúde oral para idosos (SAUDE) quando o que temos nos lares e domicílios são idosos carregados de feridas, por imobilidade e com necessidades primárias como hidratação e higiene (SOCIAL). Outro exemplo: lançamento do programa AVC VIA VERDE (SAUDE) sem que o programa seja conhecido em nenhum lar do País (SOCIAL) podendo evitar-se algumas centenas de imobilidades crónicas se o programa fosse divulgado nessas instituições. Poderíamos, de facto, aprofundar mais algumas faces negras da área do envelhecimento em Portugal. Mas isso não serve para nada. O importante é começarmos todos a caminhar na mesma direcção. È conseguirmos entendimentos e parcerias entre duas áreas sem as quais nada se conseguirá atingir, é percebermos que estamos do mesmo lado e temos que fazer manuais com a participação de equipas multidisciplinares, onde os diversos profissionais com os seus variados conhecimentos possam ter uma palavra a dizer. O trabalho nesta área tem que ser intersectorial e não pode continuar com uma abordagem exclusivamente social ou exclusivamente de saúde. Os Cuidados continuados são um exemplo desta nova atitude mas tem que ser muitíssimo aprofundados nesta partilha de recursos e conhecimentos.
Estou imensamente grato a este magnifico grupo de personalidades relevantes que editou o Relatório da Primavera. Pela primeira vez sinto que existe preocupação com o sector onde desenvolvo a minha actividade profissional. Começo a sentir-me mais acompanhado e por isso mais feliz, especialmente porque a companhia neste caso é boa.
Precisamos com urgência de um grupo nacional de trabalho para este sector, de uma Unidade de Missão, de uma forma qualquer de podermos determinar o nosso próprio futuro com qualidade.
Termino com a transcrição da síntese sobre o Envelhecimento publicada no Relatório que pode ser consultado, na sua totalidade, no site da Associação Amigos da Grande Idade em SERVIÇOS (Consultadoria).
“SINTESE: Pode-se afirmar que estão definidas um conjunto de estratégias vocacionadas para dar resposta às necessidades de cuidados aos idosos, ainda que as mesmas sejam múltiplas, complexas e difíceis de integrar. Por outro lado, foram definidos indicadores e metas a atingir no período 2004-2010. De forma genérica, constata-se uma evolução favorável em alguns desses indicadores, mas sempre bastante distantes das metas traçadas. Em alguns outros a evolução é desfavorável (e.g., consumo de determinado tipo de medicamentos, polimedicação). Por sua vez, as respostas sociais tem vindo a aumentar, todavia estão muito longe de corresponder às reais necessidades. A título de exemplo os idosos portugueses permanecem como os quartos mais pobres da União Europeia; os lares de idosos são insuficientes e com qualidade não sujeita a avaliação, principalmente no que concerne à capacidade de resposta à dependência crescente nos Idosos. Por ultimo uma referência para os indicadores da violência sobre os idosos, os quais tem vindo a sofrer um grande incremento, o que denuncia uma realidade, ainda mais preocupante por se abater sobre pessoas vulneráveis.”

Rui Fontes

quinta-feira, 9 de abril de 2009

REVOLUÇÃO EMINENTE


REVOLUÇÃO EMINENTE
Nota: Este texto é baseado em várias pesquisas, destacando-se http://www.sun.com/

Faltam dois anos para os primeiros cidadãos da geração baby boomer chegarem à idade da reforma. Esperamos que mantenha a influência na área da Grande Idade que tiveram ao longo das últimas 6 décadas, transformando agora os serviços e os cuidados aos idosos como foram transformando o Mundo.
A geração baby boomer é referida como a geração do pós-guerra, a geração que nasceu e se desenvolveu em frente à televisão. São atribuídas a esta geração as grandes transformações do Mundo. E como não podia deixar de ser a sua influência foi essencialmente sentida nos E.U.A. mas muita dela ultrapassou essas fronteiras e estendeu-se à maioria dos países desenvolvidos.
Introduziram a Segurança Social e a ideia de que se devia descontar/poupar para viver quando deixassem de trabalhar. A esta geração estão ligados todos os principais acontecimentos mundiais: a ida do homem à lua, o capitalismo e o consumismo, o Rock and Roll, o movimento Hippie, a contestação política e social, os movimentos pela paz e a guerra do Vietname, a guerra fria, a comida rápida, a ideologia libertária, o feminismo e a revolução sexual, os direitos civis e os movimentos pela autodeterminação de muitos estados actuais. A estes acontecimentos juntam-se nomes e casos como JFK, Martin Luther King, Watergate, Spielberg, Versace, Bob Dylan, Petróleo, Inflação, cartões de crédito e crédito ao consumo.
Esta geração está agora no poder e a exercê-lo em pleno. É provável que estejamos a ser dirigidos e governados por ex-maoistas, leninistas, trotskistas e outras esquerdas…
O Mundo está prestes a ser atingido por uma transição geracional nunca antes vista na história. A geração baby boomer irá começar a apresentar a reforma durante os próximos cinco anos.
Hoje, esta geração representa a maior parte dos executivos de topo, líderes e políticos. É a camada superior da administração pública e das empresas.
A Sociedade Americana para a Formação e Desenvolvimento afirma que nos próximos vinte anos teremos 76 milhões de pessoas a reformar-se e apenas 46 milhões a entrar no mercado de trabalho. Mas se isso vai causar problemas graves de sustentabilidade irá também influenciar significativamente a oferta de serviços e prestação de cuidados a essa população mais velha.
O impacto do envelhecimento da geração boomer sobre o sistema de saude e social tem sido referido como um tremor de terra. As exigências sobre o sistema são enormes e crescentes. Os boomers tem um conjunto diferente de expectativas em relação à saúde e aos serviços sociais que gerações passadas.
Hoje estamos a trabalhar nos Lares, Casas de Repouso, Centros de Dia, serviços Domiciliários, Residências Assistidas e Turismo Sénior para uma geração que, curiosamente, foi chamada de Geração Silenciosa.
É interessante verificar que insistimos durante os ultimos anos em modelos de actividade física, lazer, cuidados e serviços completamente desadequados para a geração para quem estivemos a trabalhar. Queremos que pessoas que nunca praticaram actividade física, que nunca mostraram as pernas ou os ombros comecem a correr nos circuitos de manutenção de calções ou vão para a natação com fatos de banho. Pretendemos que pessoas que se falassem eram imediatamente marcadas e se contestassem eram presas, participem em reuniões e assembleias para darem opinião sobre as actividades que desenvolvemos. Depois ficamos muito admirados de ninguém falar, de ninguém querer praticar desporto e atribuímos isso a incompetência dos técnicos e dos trabalhadores. Está profundamente errado quem trabalha nesta área, não sabendo o ano em que nasceram as pessoas a quem prestam cuidados, os anos em que viveram a sua adolescência e desenvolveram a sua actividade profissional. É fundamental conhecer a história e isso não acontece na maior parte dos serviços e cuidados que estão disponíveis para a Grande Idade.
Contudo também não nos estamos a preparar para o que ai vem.
Na década de 1990, o crescimento da economia teve como consequência a baixa do desemprego. Os baby boomers que já tinham deixado a sua marca desde 1950, entravam na idade dos 40, 50 anos. Nos Estados Unidos era eleito Bill Clinton. De imediato houve um aumento extraordinário da produtividade nas fábricas americanas. A geração dos gestores provenientes do baby boom, não se limitou a absorver as práticas japonesas e introduziu o desenvolvimento de práticas americanas na computação e nas comunicações digitais. Aumentaram drasticamente os fundos de pensões. Hoje diz-se que talvez tivéssemos passado pelos anos gloriosos da economia americana.
Actualmente economistas e demografos são consensuais, a geração do baby boom, agora a entrar na reforma, está novamente no topo das preocupações sociais – quem lhes irá pagar as desejadas reformas que eles tanto descontaram? Mas mais que isso: como vamos responder às expectativas que eles carregam em função desses descontos? Que modelos de Lares, Casas de Repouso, Cuidados Domiciliários temos? Os que foram criados em função de uma geração silenciosa, pobre e resignada com base em conceitos caritativos servirão para esta nova geração reivindicativa, exigente, consumista?
Olhando mais adiante, onde estão os sectores de crescimento das empresas que desejam vender produtos para os boomers?
Os baby boomers passaram toda a sua vida sendo saudáveis, procurando por todas as formas contrariar o envelhecimento. Estão habituados a consumir mesmo sem capacidade económica. Utilizam o crédito sem constrangimentos, consomem desesperadamente. Não vão tolerar sentar-se ao lado de doentes nem de dependentes, em quartos duplos e triplos, cuidados e atendidos por pessoas sem formação que tanto limpam o chão como a seguir servem à mesa e depois fazem cuidados de higiene. Não vão entender que os cuidados no domicilio são feitos exclusivamente em faixas temporais durante os dias e que não existem aos fins-de-semana e durante 24 horas por dia. Não vão conceber que a oferta de ocupação e lazer se limite às excursões e aos bailes.
Tudo irá mudar, revolucionariamente porque essa mudança vai ser imposta pela exigência dessa geração. Não estamos atempadamente a preparar-nos e vamos, como sempre, responder por reacção.
È simples percebermos que as letras dos jornais vão ter que ser maiores, bem como dos avisadores públicos espalhados pelas cidades, que os sinais luminosos vão ser temporizados em função de menor funcionalidade dos idosos, os jardins vão ter que ter bancos mas com coberturas para a chuva, o comércio vai evoluir para ter horários específicos para atender pessoas mais velhas, os assuntos da comunicação social vão adaptar-se aos gostos e interesses dos de maior idade. Mas também a industria automóvel vai ter que dar maior atenção à segurança e comodidade do que à velocidade, criando carros que praticamente se desloquem sozinhos, que façam sinais de mudanças de direcção automaticamente, que não necessitem de chave de ignição e que parem antes de baterem. A industria hoteleira vai entender que tem que ter apoios por todos os corredores, quartos e casas de banho, que as banheiras devem ser de maior facilidade de acesso, que são necessárias zonas para pessoas com necessidade de cuidados de saude, para permitir que os casais passem férias mesmo quando um dos conjugues é doente. A tecnologia vai dar preferência a equipamentos que cozinhem sozinhos, a fogões que não causem queimaduras, a chuveiros que controlem a temperatura da água automaticamente, a robôs que façam a limpeza e a sistemas de acompanhamento permanente, a GPS’s que indiquem a posição e deslocação de pessoas idosas com patologias do foro mental.
Parece ficção mas à medida que os baby boomers chegam aos 70 anos, a necessidade de dispositivos de cuidados com a saude, mais modernos, vai tornar-se uma realidade.
No Japão, onde a percentagem de idosos está em crescimento ainda maior do que nos Estados Unidos, já se pode comprar um assento elevatório para colocar na sanita que pesa, mede a temperatura e testa a urina e o sangue para verificar os níveis de açúcar e colesterol. Depois o assento irá enviar automaticamente os resultados para o consultório do médico.
Existem já dados que nos devem fazer pensar em novas e rápidas soluções. Em Estudos actualizados nos Estados Unidos refere-se que 40% dos boomers espera que seus pais passem a morar com eles, invertendo uma tendência de desagregação da família e dando indicações que os cuidados domiciliários e o acompanhamento nas casas das pessoas ganha importância relevante. Outros dados interessantes indicam que 76% pretendem continuar a trabalhar depois da reforma e que muitos elegem a actividade de voluntariado para se ocuparem.
Os baby boomers estão aí, idosos, daqui a dois anos.

Rui Fontes

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Sociedade e o Envelhecimento

APRESENTAÇÃO DO PAINEL DA RESPONSABILIDADE DA ASSOCIAÇÃO NO ENCONTRO DE ENFERMAGEM “OS MAIS ADULTOS-DA URGÊNCIA AOS CUIDADOS DOMICILIÁRIOS

3 E 4 DE ABRIL

AUDITÓRIO DA ESELisboa, Pólo Artur Ravara – Parque das Nações

II PAINEL, 14.30 HORAS, DIA 3 DE ABRIL

“OS DESAFIOS DO ENVELHECIMENTO”

Moderador: Rui Fontes, Enfermeiro, Director Técnico Lar de Idosos do SBSI/SAMS e Presidente da AAGI – ID

César Fonseca – Enfermeiro, Docente da ESEL e Vice-Presidente da AAGI – ID

“A SOCIEDADE E O ENVELHECIMENTO”

Maria Filomena Gaspar, Professora Doutora – Presidente do Conselho Directivo da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa

“RESPOSTAS DO ENSINO DE ENFERMAGEM”

Rui Calado, Mestre, representante da Direcção Geral da Saúde

“NOVAS NECESSIDADES – SAUDE ORAL”

Ana Escoval, Professora Doutora, Escola Nacional de Saúde Publica – UNL

“SUSTENTABILIDADE ECONÓMICA”


INTRODUÇÃO

Rui Fontes[1]

Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e Desenvolvimento, foi convidada pela FOEMASAU para participar como parceiro na organização do Encontro de Enfermagem “Os mais adultos – da urgência aos cuidados domiciliários”.

Este convite, que muito nos honra, vem ao encontro de um dos principais objectivos da Associação que passa pelo aprofundamento da discussão em torno do envelhecimento, mas mais especificamente, da situação actual das pessoas idosas, das respostas sociais, da legislação, do ensino, da formação e das novas necessidades da Grande Idade.[2]
Com um posicionamento que pretendemos ser diferente, a Associação pretende inverter a atitude de resignação habitual, escondida atrás de um muro de lamentações sobre o País, o Mundo, o passado, o futuro, os políticos, as pessoas, e tudo o que sirva para justificar a inoperância e, de uma forma energética contribuir com soluções que resolvam problemas. Não esperemos que o Estado faça tudo por nós mas façamos nós muito pelo Estado. Por isto aceitámos o convite da FORMASAU que assim nos permite dar a conhecer a um número significativo de profissionais de saude dos quais muito se espera na área da Grande Idade.

A nossa participação passa pela organização no dia de amanhã de um workshop sobre Gestão de Lares de Idosos e Casas de Repouso e pela organização deste Painel com o sugestivo e interessante tema “Os desafios do Envelhecimento” que serão um dos principais desafios da sociedade nos próximos anos.

No painel do qual somos responsáveis quisemos apresentar algo que despertasse novos interesses e motivações. Encontrando-nos num grupo de profissionais muito especifico, constituído essencialmente por jovens enfermeiros, é muito importante conseguirmos passar a mensagem de que a área da Grande Idade é uma extraordinária oportunidade profissional até porque hoje as necessidades técnicas são tão grandes como em qualquer área hospitalar ou de emergência. Os enfermeiros deverão compreender que é tão digno desenvolver a sua actividade profissional num Lar de Idosos, numa Casa de Repouso, num Centro de Dia ou numa Unidade de Cuidados Domiciliários como numa unidade de cuidados intensivos ou numa urgência hospitalar. E tanto os enfermeiros precisam desta área como este sector precisa dos enfermeiros, das suas elevadas capacidades académicas e técnicas, do seu imenso empenho e da sua quase genética motivação para cuidar dos outros.

Vamos ter assim uma apresentação genérica sobre o envelhecimento feita pelo Exmo. Vice-presidente da Associação, senhor enfermeiro César Fonseca, que pretende desafiar os ilustres convidados que aceitaram participar no nosso Painel.

Aqui obviamente devemos fazer uma abordagem que se não fossem os constrangimentos de tempo, ocuparia grande parte deste Encontro, dada a qualidade e o curriculum dos nossos oradores.

Agradecemos profundamente à senhora professora doutora Ana Escoval, à senhora professora doutora Maria Filomena Gaspar e ao Exmo. senhor Mestre Rui Calado que nos dão a imensa honra de podermos partilhar este tempo com eles. Aceitarem este convite da Associação transmite a todos nós uma motivação adicional para continuarmos no nosso trabalho e faz-nos crer que estamos no caminho certo. A todos o nosso muito obrigado.

O Painel levantará algumas questões e procurará também algumas respostas. Não pretendendo sair daqui com soluções milagrosas, pretendemos que elas possam vir a surgir com base em algumas preocupações que iremos levantar.

Depois do Exmo. Senhor enfermeiro César Fonseca, teremos uma abordagem, feita pela Exma. Senhora professora doutora Maria Filomena Gaspar, Presidente do Conselho Directivo da ESEL, responsável pela informação de uma boa parte dos enfermeiros portugueses, sobre as respostas do ensino de enfermagem já que em breve mais de metade dos clientes dos profissionais de saude terão mais de 65 anos.

Seguir-se-á o Exmo. Senhor Mestre Rui Calado, em representação da Direcção Geral de Saúde, que nos apresentará a resposta a uma nova necessidade dos nossos cidadãos mais velhos. Há vinte anos atrás a saude oral era preocupação de uma parte muito reduzida da população portuguesa, sendo hoje um dos programas de maior sucesso lançado em Portugal para esta área.

Para fechar o Painel iremos ter o prazer de ouvir a Exma. Senhora professora doutora Ana Escoval da Escola Nacional de Saúde Publica que nos brindará com uma intervenção sobre sustentabilidade económica das ofertas e respostas que existem ou que podem vir a existir, até porque poderemos inventar muita coisa mas temos que ter a noção que é preciso pagar e não se pode consumir o que não se tem.

Agradeço mais uma vez esta oportunidade e honra e peço ao senhor enfermeiro César Fonseca para iniciar a sua apresentação.

Muito obrigado
[1] Enfermeiro, Director Técnico do Lar de Idosos do SBSI/SAMS, Curso Liderança para a Mudança OE/ICN, Curso Gestão Serviços Saúde Universidade Católica. Presidente da Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e Desenvolvimento
[2] http://www.associacaoamigosdagrandeidade.com/




César Fonseca
Boa tarde,
Gostaria de começar por agradecer o convite que a Formasau endereçou à Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e Desenvolvimento, no sentido de poder organizar este Painel: Desafios do Envelhecimento.
Agradecer de forma Especial aos Participantes Convidados: Prof. Doutora Ana Escoval da Escola Nacional de Saúde Publica, Prof. Doutora Filomena Gaspar da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e ao Mestre Rui Calado, representante da Direcção Geral de Saúde, por terem aceite o convite que endereçamos, no sentido de podermos em conjunto discutir esta problemática dos Desafios do Envelhecimento. Os nossos agradecimentos.
Como é do domínio público a AAGI – ID, tem como objectivo discutir o modelo de prestação de cuidados e oferta de serviços às Pessoas da Grande Idade. Assim entendemos que são necessárias novas dinâmica e ofertas inovadoras que permitiram mais qualidade aos mais adultos, como forma de manterem durante mais anos a capacidade funcional na realização das actividades de vida e de manutenção.
É nossa pretensão analisar o actual modelo de cuidados aos mais adultos e procurar respostas que possam ser sustentáveis no futuro e que passam no nosso entender por alterações profundas dos actuais modelos. É nesse sentido que agradecemos o convite para participar na vossa iniciativa e muito nos honra a participação neste painel de tão ilustres convidados.
Tendo por base de que o Envelhecimento Demográfico pode definir-se pelo “aumento da proporção das pessoas idosas na população total” (INE, 2000), fomos perceber como outras entidades da nossa aldeia global, têm pensado esta problemática. Deste modo, para Kofi Anam (2002) “a expansão do envelhecer não é um problema. É sim uma das maiores conquistas da humanidade. O que é necessário é traçarem-se políticas ajustadas para envelhecer são, autónomo, activo e plenamente integrado. Se não se fizerem reformas radicais, teremos em mãos uma bomba relógio a explodir em qualquer altura”.
Com esta afirmação ficamos ainda mais preocupados com o papel da Sociedade no Envelhecimento. Podemos perceber por estas palavras que a sociedade influencia e será influenciada pelo envelhecimento demográfico dos seus membros.
Depois de termos reflectido sobre esta preocupação, fomos perceber qual a evidencia mais recente em dados demográfico sobre o nosso país e deparamo-nos como dados do Eurostat Yearbook (2008), e observamos que na Europa a 27 (EU27):
Em 2008 as pessoas com mais de 65 anos representam mais de 17,1%.
Em 2060 as pessoas com mais de 65 anos representaram cerca de 30%.
As pessoas com mais de 80 anos, aumentaram, de 4,4% actualmente para 12,1% em 2060.
No que se refere à dependência do envelhecimento em relação à população activa na EU27 e segundo a mesma fonte (Yearbook, 2008) prevê-se que as pessoas com mais de 65 anos quando divididas pelas pessoas em idade propícia para o trabalho, aumente de 25,9% em 2008, para 54,8% em 2060.
No que se refere ao nosso País percebemos que, como se pode observar no Quadro 1, um aumento da população com mais de 65 anos e mais de 80 anos em relação à população activa.

PORTUGAL -----------2008 ---------------2060

População Total-----10.617.000----------11.265.000
Com + de 65 anos-----1.847.358-----------3.480.885
Com + de 80 anos-- ----445.914-----------1.441.920

Rácio entre a população--
Activa(22 a 64 anos) e
População idosa
(+65 anos)---------------25,9%---------------54,8%


---------(Em cada 4 Pessoas,---------(Em cada 4 Pessoas
------3estão em idade activa------ duas estão em idade activa
---------e uma é Idosa)-------------- e duas são idosas)


Quadro 1- Aumento da Pessoas com mais de 65 anos e 80 anos em relação às Pessoas em Idade activa 2008 – 2060.
Com estes dados fomos perceber de que forma a Aldeia Global, se esta a organizar e deparamo-nos com o facto de na II Assembleia Mundial das Nações Unidas, realizada em Madrid [2002], se terem traçado dois objectivos que deverão orientar as políticas inovadoras para responder a este fenómeno do envelhecimento:
O envelhecimento tem que ser activo;
A sociedade é feita por todas pessoas, em todas as idades.
Fomos perceber a realidade no nosso Pai e percebemos que o Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas (DGS, [2004]), assenta em três pilares fundamentais:
Promoção de um envelhecimento activo, ao longo da vida;
Maior adequação dos cuidados de saúde às necessidades específicas das pessoas idosas;
Promoção e desenvolvimento intersectorial de ambientes capacitadores da autonomia e independência das pessoas idosas.
Em 2007 a Organização Mundial de Saúde lança o Guia Global das Cidades Amigas do Idoso, por ocasião do Dia Internacional do Idoso, em 1 de Outubro de 2007. Com base nos pressupostos de que em 2007, mais da metade da população mundial passou a morar em cidades e, em 2030, cerca de três em cada cinco pessoas viverão em áreas urbanas. Por outro lado, em ambientes urbanos favoráveis e estimulantes, os idosos constituem um recurso para suas famílias, comunidades e economias. Para ajudar as cidades, à medida que crescem em tamanho e em número, a aproveitarem mais de suas populações idosas.
Na origem deste Projecto da OMS, está um estudo que envolveu 33 cidades de 22 países, e em que foi estuda a opinião de cerca de 1500 idosos acerca dos aspectos positivos e os obstáculos que eles encontram na cidade em que vivem. Os problemas, as preocupações e as sugestões que foram expressas pelos idosos foram complementadas pelas informações de cerca de 750 cuidadores de idosos e/ou prestadores de serviços.
Assim os participantes definem o que é ser “Amigo das Pessoas Idosas”, em oito pontos (Diagrama 1):
Prédios públicos e espaços abertos.
Transporte.
Moradia.
Participação social.
Respeito e inclusão social.
Participação cívica e emprego.
Comunicação e informação.
Apoio comunitário e serviços de saúde.

Diagrama 1 – Ambiente - Amigo das Pessoas Idosas
Uma cidade amiga do idoso estimula o “envelhecimento activo ao optimizar oportunidades para saúde, participação e segurança, a fim de aumentar a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem.” Dr Alexandre Kalache, Diretor Programa Envelhecimento e Curso de Vida da OMS
Pretende-se com este projecto a Manutenção da Capacidade Funcional ao longo do Curso da Vida, tal como podemos ver referenciado no Gráfico 1.

Gráfico 1 - Manutenção da Capacidade Funcional ao longo do Curso da Vida
É assim com base neste pressupostos que têm motivado a nossa visão de desenvolvimento orientada, da capacidade funcional e do auto-cuidado ao longo do curso da vida, pela necessidade que a sociedade tem em envolver de forma activa as Pessoas com mais de 65 anos como mais valia clara para todos.
Deixo agora a palavra aos nossos ilustres convidados, para nos falarem dos desafios que esta Problemática nos coloca ao nível das Respostas do Ensino de Enfermagem, Novas Necessidades - Saúde Oral e da Sustentabilidade Económica de toda a sociedade.

terça-feira, 17 de março de 2009

Violência sobre Idosos

Nas últimas semanas a Associação Amigos da Grande Idade, à qual tenho a honra de presidir, recebeu algumas solicitações para emitir a sua opinião em relação à violência exercida sobre idosos.
A Associação tem sido muito cautelosa a emitir opinião sobre este assunto, entendendo que a informação disponível é rara e a credibilidade da mesma é discutível.
O tema da violência é, como sabemos, bastante mediático e por vezes parece ter alguns aproveitamentos que nada interessam a uma discussão séria sobre a Grande Idade.
A Associação faz actualmente uma abordagem um pouco diferente das correntes opinativas tão interessantes para as notícias bombásticas. Julgamos que a violência sobre pessoas idosas não é significativa nos Lares e Casas de Repouso e, ainda que qualquer acontecimento único já seja extraordinariamente grave, o número de incidentes não nos parece ser elevado.
Estudos revelam que a maior parte da violência sobre idosos é cometida por familiares próximos e fora das respostas sociais e privadas.
E ainda que esses estudos apresentem amostras muito reduzidas são os únicos que existem.
O que nos parece é que a maior violência sobre idosos é exercicida pela organização da sociedade do ponto de vista social, económico e político.
É a inexistência de legislação adequada para lares, casas de repouso e apoio domiciliário, a inexistência de qualquer legislação sobre representação jurídica e social dos idosos deixando-os à sua sorte quando perdem capacidade de decisão, o sistema de comparticipação social do estado, completamente ultrapassado e até perverso na medida em que estabelece comparticipações mais elevadas para os idosos que são institucionalizados em respostas sociais e privadas do que para idosos que se mantém no seu domicílio e no fundo a inexistência de uma declaração clara que estabeleça os direitos das pessoas idosas que se torna uma evidente e dramática violência sobre as pessoas idosas.
O actual modelo dos lares de idosos que obriga a fazer viver no mesmo espaço pessoas idosas activas e saudáveis com pessoas idosas totalmente dependentes e sem capacidades físicas e mentais, a descriminação de apoio económico a pessoas idosas que se encontram dependentes em lares em relação a pessoas idosas nas mesmas condições que se encontrem internadas em unidades de cuidados continuados na tipologia de longa duração, que exercem violência sobre os nossos cidadãos da Grande Idade.
Ainda que seja mais interessante e dê menos trabalho falar no pinheiro, temos a obrigação de nos preocuparmos com a floresta.
Torna-se hoje fácil divulgar uma qualquer atitude menos apropriada de um familiar ou técnico sobre uma pessoa idosa. E isso será sempre de penalizar e de imputar com consequências sérias.
Contudo é muito mais difícil mudarmos legislação, comparticipações, modelos de prestação de cuidados e oferta de serviços e lutarmos por uma verdadeira reestruturação das respostas que temos para os cidadãos da Grande Idade.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Curso Gestão Organizacional de Lares e Casas de Repouso


Modelo Centrado no Enfermeiro

Justificação

Ao nível deste sector em Portugal, observa-se uma desregulação clara onde o papel dos enfermeiros é desvalorizado, quer pela influência da legislação, quer pela forma pouco sustentada como estes profissionais intervêm directamente na Gestão de Lares e Casas de Repouso.
Assim, o curso visa o alargamento da formação dos enfermeiros com vista ao desenvolvimento de competências para fazer face ás necessidades que se observam actualmente, ao nível da Gestão Organizacional e de Cuidados de Saúde.

Objectivos gerais

O Curso Gestão Organizacional de Lares e Casas de Repouso, tem como objectivo capacitar os formandos a desenvolverem:
Estratégias de intervenção que visem a excelência ao nível da Gestão de Lares e Casas de Repouso.

Objectivos específicos

Estabelecer prioridades e estratégias para os cuidados de saúde, às pessoas idosas seguidas nos Lares e Casas de Repouso.
Fornecer instrumentos conceptuais e operatórios que promovam o desenvolvimento da gestão do conhecimento nesta área problemática.
Proporcionar competências para a investigação, no apoio a soluções inovadoras.

Competências esperadas no final da formação

Pretende-se que o Formando adquira competências para:
Promover uma cultura de excelência no seu exercício profissional;
Promover a aquisição de conhecimentos multidisciplinares que proporcionem competências na identificação dos problemas e na formulação de soluções inovadoras e criativas.

Destinatários

Enfermeiros, de preferência que trabalhem ou venham a desenvolver a sua actividade profissional em Lares Casas de Repouso.

Formadores:

Rui Manuel Dos Santos Fontes
– Enfermeiro.
Director Técnico do Lar de Idosos do SBSI/SAMS;
Curso de Executivos em Gestão de Saúde da Universidade Católica Portuguesa;
Curso Liderança para a Mudança da OE/ICN;
Curso de Formador, credenciado pelo IEFP.

César João Vicente da Fonseca
– Enfermeiro no CHLN – HPV;
Mestre em Comunicação em Saúde;
Assistente em regime de tempo Parcial na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa;
Curso de Formador credenciado pelo IEFP.

Cronograma

1. NOÇÕES FUNDAMENTAIS SOBRE LARES E CASAS DE REPOUSO
Legislação
Regulamento
Direcção Técnica

2. CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL
Modelos de culturas e climas organizacionais
Constituição de equipas
Contratação

3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Avaliação necessidades de população-alvo
Organização por método responsável
Escala de avaliação de dependência e carga de trabalho

4. COMUNICAÇÃO
Modelos de comunicação
Gestão de conflitos
Implementação de circuitos de comunicação

5. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Modelos de avaliação de desempenho
Definição de objectivos
Instrumentos de medição do desempenho

6. FORNECIMENTO DE SERVIÇOS EXTERNOS
Gestão de serviços
Limpeza
Alimentação
Lavandaria
Manutenção
Outros serviços
Contratualização

7. OCUPAÇÃO E LAZER
Modelos de ocupação e lazer
Diversidade
Autonomização
Características da população-alvo

8. EMPREENDORISMO/NOVAS DINÂMICAS
Rentabilização de recursos humanos
Apoio domiciliário
Centro de dia
Centro de Noite
Unidade de cuidados continuados
Centro de convívio
Centro de actividades ocupacionais
Abertura de serviços meio exterior

9. VISITA A LAR DE IDOSOS
Visita a Instituição com debate sobre realidade prática

10. CONFERÊNCIA FINAL
Conferência por personalidade relevante

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Curso de Gestão Organizacional de Lares de Idosos e Casas de Repouso

O Curso de Gestão Organizacional de Lares de Idosos e Casas de Repouso revê os processos mais importantes do funcionamento de um Lar com as suas especificidades e sustenta-se num novo modelo de gestão, baseado e experimentado na prática com resultados evidentes. O Curso irá ser ministrado em, módulos e terá duas versões. Uma versão de 40 horas e outra de 16 horas.
O Curso de 40 horas, vai ser realizado em Lisboa e Coimbra (posteriormente no Porto), enquanto as formações de 16 horas irão ter lugar em Bragança, Leiria e Faro.

CALENDÁRIO
Lisboa:
Datas: 10,17 e 21 e 24 de Janeiro, 7 e 21 de Fevereiro .
Horário: 9.00 – 17.30 horas
Custo: 178 – 188 €

Bragança:
Datas: 20 e 21 Fevereiro.
Horário: 9.00 – 18.00 horas
Custo: 95 – 105 €

Coimbra:
Datas: 6,7,13,14,20,21 e 27 Março
Horário: 9.00 – 17.30 horas
Custo: 180 – 190 €

Faro Datas 17 e 18 Abril
Horário: 9.00 – 18.00 horas
Custo: 95 – 105 €

Leiria Datas 5 e 6 Junho
Horário: 9.00 – 18.00 horas
Custo: 95 – 105 €

Informações Gerais:
PRÉ-INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA pelo telefone 239 80 10 20 / 28 para escolha de curso e confirmação de vaga.
INSCRIÇÃO DEFINITIVA até 5 dias úteis, após pré-inscrição, com entrega de: ficha de inscrição; fotocópia de BI; fotocópia de Cartão de Contribuinte e pagamento.
Possibilidade de pagamento em duas prestações para os cursos de valor superior a 100 €, sendo a primeira de 50% do valor do curso confirmando a inscrição, e a segunda no restante valor, até 15 dias úteis antes do inicio do curso. Haverá devolução de 75% do valor do curso em caso de desistência devidamente justificada e até 15 dias úteis antes do inicio do curso. Impossibilidade de última hora só por troca com outro formando.

A FORMASAU, FORMAÇÃO E SAÚDE, LDA, é uma Entidade Acreditada pelo Ministério da Segurança Social e do Trabalho e pela DGERT - Portaria nº 782/97 A FORMASAU – FORMAÇÃO E SAÚDE, LDA enquanto entidade formadora de cursos na área da saúde, procura investir no processo de Diagnóstico de Necessidades para a apresentação de uma proposta pedagógica capaz de responder as necessidades dos seus beneficiários.

O nosso principal objectivo é capacitar os técnicos de saúde para a aquisição de conhecimentos e competências específicas, necessárias a resolução de situações e problemas que surgem no dia-a-dia de trabalho do profissional. Para isso, torna-se indispensável a sua colaboração no preenchimento do questionário que disponibilizamos e que agradecíamos que nos enviasse via Email. Os formadores são os enfermeiros Rui Fontes e César Fonseca, credenciados como formadores pelo IEFP.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

RELATÓRIO DO JURI DO 1º CONCURSO DE POSTERES DO LAR DE IDOSOS



RELATÓRIO DO JURI
DO 1º CONCURSO DE POSTERES
DO LAR DE IDOSOS DO SBSI/SAMS

O Júri reuniu de acordo com o previsto no regulamento, tendo utilizado os seguintes critérios para atribuição dos prémios previstos:

O poster ter sido presente ao júri dentro dos prazos, e ser apresentado de acordo com as normas requeridas.
O poster cumprir com o proposto, a saber: “Envelhecimento – trabalhos, projectos e ideias para o futuro”, e ainda com os objectivos propostos.
O poster ser de fácil leitura e de fácil compreensão dos temas abordados.
O poster conseguir transmitir a mensagem que se propõe.
O poster ser relevante para os contributos de ganhos em saude do idoso, contribuindo de forma efectiva para a melhoria do dia-a-dia dos idosos.
O local de exposição do poster, e o publico a que se destina.

No contexto dos pressupostos anteriores, decide o júri atribuir os seguintes prémios:

1º Prémio

Poster – Ajudas técnicas
Autores: Enfermeiros Miguel Serra e Sónia Ferrão

Entende o júri ser este o melhor poster, por cumprir com os pressupostos anteriores por ser de fácil apreensão pelo leitor, por ser elucidativo das ajudas técnicas disponíveis na comunidade/mercado para o auxílio aos idosos, e por dar a conhecer alguns objectos que são facilitadores para a melhoria das condições de vida dos idosos.


1ª Menção Honrosa

Poster – A saude oral e o idoso
Autores: Higienista Oral Ana Ferrão

Entende o júri ser o poster em causa merecedor da atribuição da Menção Honrosa, pelo contributo que dá relativamente à saude oral dos idosos, chamando nomeadamente a atenção para os problemas de saude que os idosos vivenciam no seu dia-a-dia, dando pistas sobre as eventuais consequências de uma higiene oral deficiente, ou mesmo inexistente.


2ª Menção Honrosa


Decide o júri não atribuir a 2ª menção honrosa, porque os restante trabalhos apesar de cumprirem com os preceitos da apresentação, não cumprirem com o fundamental num poster, ou seja passarem a mensagem e sejam de fácil leitura, apesar dos conteúdos serem interessantes e terem na opinião do júri merecido mérito do ponto de vista de investigação.

Lar de Idosos em 13 de Dezembro de 2008

O Júri

Dr. Faustino Ferreira (director clinico do SAMS)

Dr. Alcides peixeiro (enfermeiro supervisor do SAMS)

Dr.ª Manuela Guerreiro (Apoio social do SBSI)

domingo, 23 de novembro de 2008

Associação Portuguesa de Psicogerontologia

Caro (a) Sr. (a),
A Associação Amigos da Grande Idade - Inovação e Desenvolvimento (AAGI – ID), informa que :

-Reuniu recentemente com a Associação Portuguesa de Psicogerontologia (APP), na pessoa da Dr.ª Elsa Trigo e com a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL), na pessoa da Prof. Drª Filomena Gaspar.

-Recebeu também o apoio formal da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, que passou a constar no nosso portal como uma das Instituições de referência. Outcomes' das nossas intervenções:

-Na reunião com a APP, ficou decidido realizar uma parceria no âmbito do projecto DIREITOS DO IDOSO EM PORTUGAL.
Assim, temos com objectivo constituir um grupo de personalidades com impacto nacional, que possa apresentar um memorando de entendimento, que se venha a configurar numa Declaração de Intenções para construção dos Direitos do Idoso em Portugal. Este evento será realizado no primeiro trimestre de 2009, sendo do interesse de ambas as associações conseguir o apoio de outras organizações.

-Na reunião com a ESEL, discutiu-se a possibilidade da AAGI - ID poder utilizar instalações da Escola para o desenvolvimento de algumas das suas actividades, no espaço cidadania. A Prof. Drª Filomena Gaspar foi convidada a integrar o projecto Direitos dos Idosos em Portugal, tendo aceite.
A AAGI – ID, vai manter a sua intensa actividade, com várias organizações e entidades de relevo Nacional, com o objectivo encontrar parceiro no desenvolvimento dos seus projectos.

-- Consulte o nosso Portal em:
http://www.associacaoamigosdagrandeidade.com/

Contactos:Rui Fontes - Telf. 919711797 César Fonseca - Telf. 969042537

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

CIDADES AMIGAS DOS IDOSOS

O Projecto Cidade Amiga dos Idosos, lançado pela Organização Mundial de Saúde, é uma das mais felizes e extraordinárias ideias a que tive acesso nos ultimos anos, na área da Grande Idade.
O projecto que aparentemente se revestia de um interesse meramente académico (pesquisa das necessidades dos Idosos inseridos em meio urbano), pode tornar-se uma peça fundamental para a mudança de atitude e comportamento de toda a sociedade actual em relação ao Idoso.

De facto o Guia das Cidades Amigas dos Idosos é um documento magnífico, não indicando soluções mas apresentando pistas, contribuindo para que todos possamos encontrar as respostas mais adequadas aos Idosos das nossas cidades. Ninguém nos diz como fazer, mas ensina-nos a procurar como fazer. Desperta-nos para coisas simples que muito alteram a vida dos cidadãos mais velhos e, em consequência, a nossa vida.
As checklist avançadas no documento são sempre indicativas e de cumprimento flexível. No fundo pretende-se mudar a atitude e o comportamento das pessoas, Instituições, Organizações e Empresas, de todo a que todos contribuam para uma rede de solidariedade que mudará a nossa forma de olharmos para os Idosos e, especialmente, para as Cidades.

Uma das grandes lições que se retira da análise do documento-guia é que uma cidade amiga do idoso é também uma cidade amiga da criança, do deficiente e, no fundo, de todos os cidadãos.
Por outro lado este projecto permite às autarquias, às organizações, Instituições, empresas e particulares um envolvimento que poderá ser superficial ou profundo conforme a disponibilidade, interesse e capacidade, sem que isso traga custos económicos ou consuma recursos humanos.

Ao mesmo tempo pode facilitar a alteração necessária da sociedade em relação ao idoso, podendo ser mesmo o pilar essencial para a grande construção que seremos obrigados a fazer para responder às necessidades do envelhecimento. O projecto poderá causar uma discussão profunda, séria e hoje, completamente obrigatória, sobre as nossas próprias necessidades, os nossos constrangimentos e as nossas expectativas em relação ao dia de amanhã.

Rua Fernão Mendes Pinto, nº5, 1ºE, Infantado, 2670-388 Loures
www.associacaoamigosdagrandeidade.com

terça-feira, 21 de outubro de 2008

1º CONCURSO DE POSTERS

O Lar de Idosos do SBSI/SAMS, em Azeitão vai realizar entre 11 e 14 de Dezembro um evento denominado “FESTA DO IDOSO” que integra várias actividades.
Uma das actividades que se realizará será o 1º CONCURSO DE POSTERS, com o tema: “Envelhecimento – trabalhos, projectos e ideias para o futuro” que enquadrará todos os posters que tenham como objectivo contribuir para uma maior informação sobre o que se faz e o que se quer fazer na área da Grande Idade em Portugal.

Chama-se a atenção para o facto deste concurso pretender dar mais importância à participação de trabalhos do que propriamente ao aspecto competitivo, propondo um Regulamento de grande flexibilidade e tolerância.


REGULAMENTO

Candidatura

a) A candidatura à apresentação de poster deve ser feita através de mail, enviando o poster em suporte digital;
b) Os concorrentes poderão ou não enviar em anexo, contexto teórico do poster;
c) O envio deve ser feito até ao dia 1 de Dezembro de 2008, para o mail:
lar.idosos@sams.sbsi.pt
d) Qualquer assunto pode ser tratado directamente pelo telefone 91 971 17 97 (Coordenador do Lar);

Selecção

a) A selecção dos posters será feita por um júri constituído por:

Dr. Faustino Ferreira (Director Clínico do SAMS)
Enfermeiro Alcides Peixeiro (Enfermeiro Supervisor do SAMS)
Drª Manuel Guerreiro (Gabinete de Apoio Social do SAMS)

b) O júri reunirá no dia 2 e 3 de Dezembro, fazendo a selecção dos posters;
c) Os participantes serão informados da selecção nos dias 4 e 5 de Dezembro;

Apresentação

a) Os posters deverão conter informação visível a 1,5 metros, com dimensões máximas de 1m X 1,5 m;
b) A discussão dos posters será realizada com a presença do júri no dia 13 de Dezembro de 2008.
c) Aos autores será emitida uma declaração de apresentação dos posters seleccionados.
d) Os participantes terão que colocar o poster em exposição no dia 9 de Dezembro, ou fazê-lo chegar ao Lar de Idosos, sito: Rua de Lisboa, 431, 2925-566 Brejos de Azeitão

Avaliação

a) Será atribuído um 1º prémio e duas menções honrosas;
b) Os prémios serão anunciados e entregues no dia 14 de Dezembro, pelas 15 horas, no Lar de Idosos, em cerimónia pública.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

BASE DE DADOS NACIONAL DE INTERLOCUTORES DE LARES DE IDOSOS

A Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e Desenvolvimento, iniciou hoje um trabalho que tem como objectivo a criação de uma base de dados nacional, constituída por interlocutores de todos os equipamentos destinados a prestar serviços à Grande Idade.

Este trabalho já teve uma primeira fase, conseguindo-se as indicações dos mais de mil lares e casas de repouso do País.
Agora passamos à fase mais importante que é conseguir o contacto directo de um representante de cada um desses lares para facilmente o podermos contactar, dando especial relevância às pessoas que desempenham funções de Direcção Técnica.

As primeiras indicações que temos indicam que existe uma enorme motivação das Direcções Técnicas para que este trabalho tenha êxito e que o mesmo represente o primeiro passo para que todos possamos falar a mesma linguagem.

Entendemos que com base nestes contactos podemos vir a lançar projectos nacionais que muito poderão vir a contribuir para uma melhor oferta de serviços e prestação de cuidados à Grande Idade, terminando com a imagem extraordinariamente negativa das Instituições, tornando-as a resposta indicada para uma nova vida activa e saudável.

Só avaliando, pesquisando e partilhando informações poderemos ter em vista um futuro mais optimista nesta área. Pretendemos colaborar para que as condições de trabalho dos técnicos, as condições das Instituições e os modelos de serviços acompanhem as necessidades crescentes que existem nesta área. Queremos preparar o futuro não esquecendo e não aproveitando os ensinamentos actuais e do passado.

Precisamos de conhecer profundamente as dificuldades e os constrangimentos com que as pessoas que trabalham no terreno se debatem diariamente, podendo desenvolver actividades que possam atenuar essas dificuldades e constrangimentos.

Solicitamos assim a colaboração de todos os técnicos que desenvolvem o seu trabalho nos equipamentos que estamos a contactar, fornecendo as indicações que necessitamos.
Este percurso não vai ser fácil mas a vontade demonstrada pelas Direcções Técnicas já contactadas durante o dia de hoje, dão-nos a motivação que precisamos para continuarmos com determinação.

A DIRECÇÃO DA ASSOCIAÇÃO

domingo, 5 de outubro de 2008

ACS E CONTINENTE LANÇAM CADERNETA 65+

O Alto Comissariado da Saúde e a Sonae/Continente editaram a Caderneta 65+, uma brochura dirigida a cidadãos com mais de 65 anos, que fornece conselhos para um estilo de vida mais saudável e possibilita o registo do historial clínico.

A sessão de lançamento da Caderneta realizou-se ontem, Dia Internacional do Idoso, no hipermercado Continente do Colombo, em Lisboa.

A Caderneta 65+ é gratuita e está disponível nas Áreas de Saúde do Continente, na União das Misericórdias, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Cruz Vermelha Portuguesa.

Esta iniciativa decorre no âmbito de um protocolo de colaboração, estabelecido em Outubro de 2007 entre o ACS e o Continente, com o objectivo de promover actividades, em parceria, no âmbito da implementação do Plano Nacional de Saúde (PNS).

Nos termos do protocolo, a empresa compromete-se a realizar acções para o desenvolvimento, divulgação e implementação do PNS, com vista à obtenção de ganhos em saúde em grupos populacionais determinados, designadamente os idosos.

O ACS prestará apoio científico à realização das acções referidas, através da revisão científica de textos e elementos audiovisuais.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

VACINA DA GRIPE

A partir de hoje, dia 1 de Outubro, encontram-se à venda nas farmácias as vacinas para a Gripe.
A Grande Idade, especialmente as pessoas que residem em Instituições, corre um maior risco de sofrer complicações depois de uma Gripe e deve para tal prevenir-se vacinando-se.

Deste modo, estas pessoas devem solicitar junto do seu médico uma receita da vacina para a Gripe.

A Direcção-Geral de Saúde tem informações úteis a este respeito disponíveis em
http://www.dgs.pt/ existindo também uma linha telefónica disponível 24 horas para esclarecer quaisquer dúvidas: 808 24 24 24.

Deixamos aqui apenas algumas dicas em como proceder em caso de estar com Gripe:

CUIDE-SE

- Descanse;

- Beba muitos líquidos (águas e sumos, de preferência sem açúcar e à temperatura ambiente - os líquidos quentes podem levar a um aumento da temperatura);

- Não se agasalhe demasiado;

- Tome medicamentos prescritos pelo médico para a febre e dores (paracetamol);

- Não tome antibióticos porque não actuam nas doenças virais, não melhoram os sintomas nem aceleram a cura;

- Se viver sozinho, deve pedir a alguém que pelo menos lhe telefone regularmente para saber como está.

Se tiver uma doença crónica ou se os sintomas se prolongarem ou agravarem, contacte com o seu médico.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

DIA INTERNACIONAL DO IDOSO

A Direcção da Associação Amigos da Grande Idade - inovação e Desenvolvimento, informa que, na véspera do Dia Internacional do idoso, inaugurou o seu site que pode ser consultado em www.associacaoamigosdagrandeidade.com

Referimos que é necessário que todos tenham consciência da realidade actual dos lares de idosos, não para os diabolizarem como habitualmente mas para podermos nos próximos anos mudar a situação e permitir que os cidadãos da Grande Idade possam ter respostas dignas e que correspondam às suas expectativas. No fundo muitos desses cidadãos seremos nós que, com certeza, não pretendemos que o estado das coisas se mantenha como nas ultimas décadas.

domingo, 21 de setembro de 2008

PONTO DA SITUAÇÃO

Após o tradicional período de férias, a AAGI – ID entra numa fase decisiva da sua actividade.

A 27 de Setembro termina o 1º Curso de formação de formadores promovido pela Associação em parceria com a empresa Unicamente que vai dotar 11 sócios com o CAP, permitindo-lhes realizar formação certificada;
Fizemos este mês a primeira assessoria oficial, traduzida na concepção de um projecto para apoio financeiro da Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Azeitão (AURPIA), para concorrer a concurso promovido pela Fundação Gulbenkian. Deste projecto consta o pedido de financiamento para 2 programas de formação (que incluem 3 cursos para auxiliares e 2 cursos para cuidadores informais), pequena renovação de equipamentos do Lar daquela Associação e criação de um Banco de Ajudas Técnicas;
Até 30 de Setembro vamos inaugurar o nosso site que poderá ser consultado em
http://www.amigosdagrandeidade.com/, onde poderá passar a ter acesso a diversa informação;
A 1 de Outubro temos a honra de participar como Associação convidada num colóquio subordinado ao tema “Promoção do Envelhecimento Saudável”, promovido pela ANEPES (Associação Nacional dos Enfermeiros Promotores do Envelhecimento Saudável) que se realiza em Coimbra, no auditório da Secção Centro da Ordem dos Enfermeiros. A nossa Intervenção será feita às 16.45 horas;
Solicitámos audiências à APDH (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar) e ao Presidente do Conselho de Gerência do SAMS do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, aguardando marcação, no sentido de apresentarmos a Associação e podermos propor o desenvolvimento de actividades conjuntas;
Esperamos também iniciar em Outubro projecto de intervenção na +área dos lares de idosos e casas de repouso em parceria com a Ordem dos Enfermeiros;
Iniciámos já o processo de contacto directo aos enfermeiros de lares de idosos e casas de repouso no sentido de promover encontros distritais que culminarão em encontro nacional;
No inicio de Janeiro está já agendado inicio do Curso “Modelo de Gestão para lares e casas de repouso centrado no enfermeiro”, em parceria com a Formasau, sendo esta a primeira de muitas iniciativas que desejamos realizar com esta empresa;


Devemos ainda destacar o envolvimento de 6 elementos dos corpos sociais num projecto de âmbito nacional que está publicado no Banco da Inovação, site mundial de projectos inovadores de saude. Este projecto é liderado pelo Presidente da Associação na qualidade de Coordenador de um Lar de Idosos. O mesmo pode ser consultado em
http://www.blogger.com/www.ihealthbank.eu



Em breve daremos notícias sobre encontro de Associados, a realizar antes do final do ano, para apresentação do programa de actividades e orçamento para 2009.

Apelamos a que mais amigos se associem à Associação e comecem a desenvolver os seus próprios projectos.